quarta-feira, 21 de dezembro de 2011


As vezes acho minha mãe infantil. Ela parece uma criança descobrindo coisas. Já tive sensação de ser mais velha que ela várias vezes. Não acho isso ruim, acho bunitinho mas de vez em quando fico sem paciência também rss, mas é a impaciência típica dos filhos com seus pais. Tenho a impressão que de repente ela foi obrigada a crescer mas não amadurecer. Uma de suas coisas infantis é a inocência. Ela não vê maldade nos olhos de ninguém, não sabe duvidar, só se doar. Tem energia de criança, corre, brinca, da uma gargalhada que puta que pariu ahuahauhauhaua contagia!!! Minha mãe é linda e enxerga as pessoas lindamente, até as pessoas que não a merece. Então, ela também tem muito de adulto, trabalha muito e desde quase sempre. Seu trabalho só a edifica cada dia mais, talvez ela não consiga ver isso mas ela cresceu muito na sua profissão. Criou duas filhas que hoje podemos dizer encaminhadas rss. Ela venceu sem ninguém, só com seu amor, que foi a principal coisa que ela nos ensinou, mesmo nos momentos conturbados que as famílias passam, nosso amor uma pela outra foi gigante e ele nos trouxe até aqui. Bom não vou terminar dizendo que hoje todo mundo está vivendo feliz para sempre, ainda tenho que ensinar ela que muitas das vezes a família a gente pode escolher, amigos, vizinhos, etc, existem pessoas que a amam e a tratam como ela merece. Não vou ensinar ela a ver a maldade nos olhos das pessoas, não podemos tirar a inocência das pessoas, da minha mãe então nem pensar, ela atrai as pessoas com seu olhar carinhoso, com suas palavras carinhosas, com seu amor, sua alegria principalmente e acaba atraindo todo tipo de gente, mas as especiais permanecem, afinal não podemos esperar que todos nos queiram bem mas retribuir quem nos traz alegria é muito bom. Também quero mostrar a ela que a vida sempre nos dá rasteiras, mas é poque ela busca nosso aperfeiçoamento, as dificuldades nos tornam sábios, a vida é essa aqui e temos que viver da melhor maneira. Com amor tudo basta. AMOR. Bom, eu não sei o que vou fazer na vida para agradecer a ela por tudo, não sei como vou retribuir todo seu sofrimento e toda sua sabedoria que pode me passar, eu ainda hoje tropeço e deslizo nas discussões, mas o que mais quero depois é abraçá-la muito e cheirar seu cheiro doce.
Um dia, quando eu tinha uns 12 anos e ela estava me obrigando a fazer catecismo, eu perguntei a ela o que era pecado. Ela me disse: "Tudo que você fizer com seu coração não será pecado, mesmo quando você erra, se você fez de coração, não é pecado". Outra vez, quando eu brigava com minha irmã caçula, ela pegava nós duas e coloca uma de frente pra outra e falava: "Se abraçam e ficam aí abraçadas até fazer as pazes", como ela era brava a gente obedecia mesmo morrendo de raiva, chegava uma hora que a gente começava a rir descontroladamente e aí a gente já havia feito as pazes de coração.
Minha mãe infantil? Ah não! Ela é sábia demais e o amor é seu ensinamento.