terça-feira, 29 de junho de 2010

Copa do mundo

A Copa do Mundo na África me incomodava um pouco no começo. Achava um absurdo os bilhões de dinheiro que foram gastos nas construções, um absurdo maior ainda com a exploração da imagem das crianças africanas, isso sem mencioar os animais silvestres daquele país. Nossa!!! Fiacava furiosa!!! Acho que muitas pessoas devem ter pensado assim como eu, como eles podem conseuir grana pra fazer aquilo tudo sem conseguir ao menos matar a fome da sociedade, sem contar o problema político que existe. Bom, eu não sei articular muito sobre as causas, mas um dos principais problemas da miséria neste continente é o cultural e fico pensando que a coisa mais difícil é mudar a cabeça das pessoas, muitos dos problemas persistem por causa da cultura (ou não sei bem a palavra correta para usar pq a cultura não é algo prejudicial, pelo contrário), o que eu estou tentando dizer que não é simplismente chegar lá e jogar bilhões de dólares em comida que vai acabar com a miséria, é algo muito mais forte que tem q ser feito. Pois bem, não sei se deu pra entender bem o q eu quero dizer, mas cheguei a conclusão que o dinheiro utilizado não resolveria os problemas, então vamos voltar a copa. Uma festa mundial, onde todas as culturas e raças se misturassem, onde por um mês a felicidade é plena, ou quase, onde tudo é novidade, onde as perdas e vitórias dão exemplos, isso sim faria bem a um país e pq não a um continente, mostrar que muitos países conseguiram e prosperaram. Essa festa garantiria um turismo maior nos próximos anos. Agora o mundo inteiro conhece sua história triste. Os trabalhos com os animais silvestres são mais conhecidos. Então de repente comecei a enxergar pontos positivos nas coisas, comecei a achar que a escolha dos países sejam até de propósito, a fim de unir coisas que não paramos pra pensar. Aliás não é o esporte a esperança pra quase tudo! Tomara que essse pensamento positivo seja mesmo uma realidade, seria importante e gratificante pra uma copa tão alegre, tão Bafana Bafana!!! Tão Brasil!

Os insetos interiores (Fernando Anitelli)


Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de "mais tralos'.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, "infértebrados".
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se


A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

sábado, 26 de junho de 2010

Minhas tardes melancólicas


Acho as tardes muito melancólicas. Olho o céu, as paisagens em minha volta, as pessoas que vão passando, fico imaginando para onde elas vão, o que elas estão pensando. Não sei pq isso me interessa tanto... fico melancólica, sinto um cheiro de não sei o q, me dá saudade de não sei de quem, penso nos amigos que não tenho, nas amigas que não me ligam mais, sinto falta de vizinho, de ir conversar na casa da amiga que mora logo ali, saudade de não precisar de trocar de roupa quando vai na padaria, de poder andar de chinelo e meia. Logo lembro que tenho saudade da minha infância, que todas minhas preocupações se baseavam no boletim vermelho, na preguiça que dava de ir na padaria e de ter que namorar escondido. Tudo que eu queria era ser adulta mas era mais moleque que moleque. As tardes eu vagabundava na rua, deitava no asfalto e ficava olhando o céu e as nuvens, sempre tinha alguém comigo ouvindo meus devaneios rss, meus amigos, aqueles que nem sei por onde andam, nem o que fazem. Eu nunca fiz questão de manter laços algum, quem quiser gostar de mim que goste. Mas as vezes.... de tarde.....me dá uma melancolia...